TRADUTOR

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Mercado reduz expansão do PIB a 2,30% e Selic a 7,50% em 2012

 
 
Reuters
Diante da dificuldade que a economia brasileira vem mostrando em deslanchar e dos dados fracos de atividade, o mercado reduziu a projeção sobre a Selic neste ano e cortou pela sexta semana seguida a perspectiva para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB).
De acordo com relatório Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira (18), analistas agora preveem que a taxa básica de juros do país terminará 2012 em 7,50%, depois de cinco semanas estimando 8%.
Para o PIB, o mercado reduziu a previsão de crescimento de 2,53% para 2,30%. Com isso, os agentes econômicos continuam estimando que o crescimento em 2012 ficará abaixo do já fraco desempenho do ano passado, quando a expansão foi de apenas 2,7%.
Para 2013, as previsões agoram apontam para um PIB crescendo 4,25%, depois dos 4,30% da semana anterior. Já para a Selic no período, o mercado não mudou suas contas, prevendo a taxa encerrando o ano a 9%.
Diante do ritmo lento da atividade no Brasil, a equipe econômica já abandonou a previsão inicial de crescimento de 4,5% do PIB para este ano e fala em algo em torno de 3%.
O PIB cresceu apenas 0,2% no primeiro trimestre do ano comparado com os últimos três meses de 2011, mostrando que a economia brasileira ainda patinava. O pior cenário é na indústria, cuja produção registrou a segunda queda seguida em abril, ao recuar 0,2% frente a março.
Com isso, o governo tem se esforçado para fazer a atividade econômica no país voltar a crescer com mais vigor, adotando novas medidas de incentivo. A última foi dada na semana passada, quando anunciou uma linha de crédito de R$ 20 bilhões para que os Estados possam realizar investimentos em infraestrutura.
O BC, por sua vez, também tenta ajudar nessa recuperação, ao ter reduzido a Selic em 4 pontos percentuais desde agosto passado, para a mínima recorde de 8,50% ao ano atualmente.
A ata da última reunião do Copom mostrou que a autoridade monetária continuou indicando que deve fazer novos cortes na taxa básica de juros do país com "parcimônia."
Inflação
Diante de sinais de arrefecimento da inflação nas últimas semanas, o mercado continuou reduzindo suas estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no final deste ano, que passou de 5,03% para 5%. Para 2013, a expectativa foi cortada de 5,60% a 5,54%.
Na sexta-feira, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) desacelerou em junho para 0,73%, ante alta de 1,01% no mês passado.
Outro sinal de perda de força dos preços foi o IPCA de maio, cuja alta desacelerou a 0,36% em maio, após subir 0,64% em abril.
Ainda segundo o Focus, a taxa de câmbio prevista pelo mercado para o fim de 2012 agora é de R$ 1,95 por dólar, frente a R$ 1,90 por dólar na semana passada.

O documento

IPCA para 2012 cai de 5,03% para 5%, segundo Focus

 
 
O mercado financeiro reduziu mais uma vez a projeção de alta do IPCA em 2012. Nesta semana, a mediana das expectativas para a inflação oficial neste ano recuou de 5,03% para 5,00%, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na manhã desta segunda-feira pelo Banco Central. Há quatro semanas, a estimativa para a inflação oficial era de 5,21%. Com o movimento, o número se aproxima cada vez mais do centro da meta de inflação, que prevê IPCA de 4,50%, com margem de dois pontos para cima ou para baixo.
Para 2013, após três semanas sem alteração, a projeção caiu de 5,60% para 5,54%. Há um mês, estava em 5,60%.

A projeção de alta da inflação para os próximos 12 meses seguiu a mesma tendência e caiu de 5,50% para 5,49%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas, estava em 5,51%.

Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, as previsões para o IPCA não mudaram. Para 2012 no cenário de médio prazo, o número seguiu em 5,02%. Para 2013, a previsão dos cinco analistas manteve-se em 5,50%. Há um mês, o grupo apostava em altas de 5,22% e 5,80% para cada ano, respectivamente.

Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA em junho de 2012 recuou de 0,23% para 0,21%, abaixo do 0,28% previsto há um mês. Para julho, a expectativa seguiu em 0,20%, ante 0,23% de quatro semanas atrás.


ESTADÃO