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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Consumo em alta provoca déficit recorde na balança


Por Sergio Leo

O apetite do mercado
consumidor brasileiro ajudou a
criar um déficit recorde, de mais
de US$ 6 bilhões no comércio
exterior, no primeiro
quadrimestre do ano, segundo
dados divulgados ontem pelo
Ministério do Desenvolvimento.
A queda nas exportações e o
crescimento das importações de
petróleo, principalmente devido
ao aumento do consumo interno,
foram decisivos para o mau
desempenho da balança
comercial, como explicou a
secretária de Comércio Exterior,
Tatiana Prazeres.
À exceção dos automóveis, cujas
importações caíram 22%, houve
forte aumento das compras de
bens de consumo, especialmente
não duráveis, que aumentaram
23% em abril, comparadas a
abril de 2012. A importação de
produtos de toucador, como
cosméticos, cresceu 55%, a de
vestuário, 35%, e de produtos
farmacêuticos, 24%.
Na soma total, apesar da queda
de 4%, as exportações
brasileiras, fortemente baseadas
em commodities, só ficaram
abaixo dos valores recorde dos
dois anos anteriores, e estão
bem acima do resultado de todo
o resto da última década. Em
abril houve ainda forte
influência negativa da queda de
62% nas vendas de aviões, que
os exportadores dizem ser
"pontual", sem risco para o
desempenho agregado do ano.
Com a evolução dos embarques
de soja, a recuperação registrada
no mercado para o minério de
ferro e o bom desempenho de
produtos como o açúcar, a
tendência é de pequena
melhora, apesar das quedas de
preços de algumas commodities.
Entre os cinco principais
produtos básicos exportados pelo
Brasil, que somam 60% do total
das vendas desse tipo de
mercadoria, o único a ter queda
na exportação foi o petróleo -
que teve menor produção com a
manutenção de plataformas da
Petrobras e ainda deixou de ser
exportado para atender à
demanda interna.
Sem considerar o petróleo, as
vendas totais de básicos teriam
registrado aumento de 13,8% em
abril, comparado a abril de 2012,
e não queda de 5,5%. Nas
exportações de commodities
importantes, o país compensou
com maior volume as quedas no
preço ou vice-versa: no primeiro
quadrimestre, a queda de 1,7%
na quantidade de minério de
ferro exportado, por exemplo,
foi minimizada pela pequena
recuperação, de 3,5%, no preço.
As exportações de milho
cresceram mais de 400%.