TRADUTOR

sábado, 30 de julho de 2011

FMI alerta para contágio global da crise na zona do euro

Washington, 19 jul (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu nesta terça-feira que a crise de dívida soberana da zona do euro ameaça não só a Europa, mas a recuperação global, e pediu esforços mais "sistemáticos" para restaurar a confiança nos mercados.
"O contágio pode ser amplo se as tensões nos países da zona do euro em crise se transferirem a outros membros", afirmou o organismo, que insistiu que "os atrasos na resolução das crises poderiam ser caras para a zona do euro e a economia global".
Luc Everaert, responsável do FMI pelas políticas para a zona do euro, explicou nesta terça-feira em entrevista coletiva telefônica que a prioridade da região deve ser enfrentar a crise para evitar contágios. "O que é bom para a eurozona também é bom e essencial para o resto do mundo", declarou.
Everaert considerou que para conter a crise nos países periféricos e evitar que os problemas se estendam a outras grandes economias, como Itália e Espanha, é necessária uma "rotunda implementação" dos programas de reforma na Grécia, Irlanda e Portugal.
O representante europeu insistiu na necessidade de aumentar os recursos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês) para auxiliar países com problemas de financiamento e torná-lo mais flexível.
Everaert destacou que é preciso "esclarecer" o mais rápido possível a participação do setor privado na solução da crise e ressaltou que serão necessários passos adicionais para reforçar a disciplina fiscal. Além disso, a zona do euro deve melhorar sua governabilidade e atuar de forma mais coordenada, em terrenos como o da supervisão.
Já os 24 integrantes do Conselho Executivo do FMI, que analisaram na segunda-feira o relatório anual sobre a economia europeia, indicaram em comunicado que é necessário manter o "apoio monetário não convencional" pelo tempo que for necessário e também aumentar os níveis de capital dos bancos além dos requisitos do Acordo da Basileia.
UOL

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Câmara dos EUA aprova novo plano republicano para evitar 'calote' Plano deve ser derrotado no Senado, de maioria democrata. Depois de 2 de agosto, país pode ficar sem dinheiro para honrar dívidas.




A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta sexta-feira (29), por 218 votos a favor e 210 contra, o projeto do lider republicano John Boehner para reduzir o déficit orçamentário do país e elevar o limite de endividamento do governo federal, a poucos dias da data final estipulada pelo Departamento do Tesouro norte-americano para que esse assunto estivesse resolvido.
Os republicanos planejavam levar o plano ao plenário na quinta-feira, mas a votação foi adiada porque se temia que não haveria votos suficientes para aprovar as medidas. Um primeiro plano republicano para reduzir o déficit havia sido aprovado na Câmara no início da semana, mas foi rejeitado no Senado, de maioria democrata, onde não chegou nem a ir a votação.
A nova versão do projeto de Boehner, feita para atrair votos conservadores e votada nesta sexta, condiciona uma futura elevação do teto da dívida à aprovação de emenda constitucional determinando que o governo federal equilibre seu orçamento antes de um novo aumento no teto da dívida, atualmente em US$ 14,29 trilhões - valor máximo estabelecido por lei.
Mais cedo nesta sexta, o presidente Barack Obama disse que qualquer solução para o impasse precisa ser conseguida pelos dois partidos.
Corrida contra o tempo
O governo dos Estados Unidos está correndo contra o tempo para não colocar em risco sua credibilidade de bom pagador. Se até o dia 2 de agosto o Congresso não ampliar o limite de dívida pública permitido ao governo, os EUA podem ficar sem dinheiro para pagar suas dívidas: ou seja, há risco de calote - que seria o primeiro da história americana.
A elevação do teto da dívida permitiria ao país pegar novos empréstimos e cumprir com pagamentos obrigatórios.
O projeto votado nesta sexta eleva o limite da dívida em US$ 900 bilhões, o que seria suficiente para que o governo dos EUA continuasse a funcionar até fevereiro ou março de 2012, e reduziria o déficit do governo em US$ 917 bilhões ao longo de dez anos. Ele também estabelece um comitê de legisladores que estudaria o Orçamento federal em busca de pelo menos US$ 1,8 trilhão adicional em redução do déficit.
Após a aprovação na Câmara, onde os republicanos têm maioria, o projeto será encaminhado ao Senado, dominado pelo Partido Democrata, do presidente Barack Obama. O projeto não deve passar no Senado, onde o líder da maioria, senador Harry Reid (democrata/Nevada), já apresentou seu próprio projeto de elevação do limite da dívida. Os democratas, que controlam o Senado, querem um plano de longo prazo, que eleve o teto da dívida em US$ 2,5 trilhões e corte US$ 2,2 bilhões de gastos.
G1

Prepare-se para a saga dos impostos Cada setor da economia tem uma carga tributária específica Do R7




Uma saída para não se perder em meio aos tributos federais, estaduais e municipais que são cobrados de quem abre um novo negócio é procurar a ajuda de um contador, que é o profissional que pode organizar uma agenda de pagamentos e orientar sobre documentações e prazos de cadastramento na Receita Federal e nas secretarias de fazenda estadual e municipal.
A ajuda profissional é importante porque os impostos cobrados de quem abre um negócio próprio variam de acordo com o tipo e atividade que se pretende exercer. Há taxas e contribuições diferentes para quem atua na indústria ou no comércio, por exemplo.
Veja que impostos são cobrados para cada tipo de empresa: 
Comércio
Federais, recolhidos diretamente pela Receita Federal: IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica), PIS/PASEP, Cofins, CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), Simples.
Tributos estaduais e municipais: ICMS, IPVA, IPTU, demais taxas municipais.
Indústria
Federais: IPI, IRPJ, PIS/PASEP, cofins, CSLL, Simples
Municipais e estaduais: ICMS, IPVA, IPTU e demais taxas
Serviços
Como as prestadoras de serviço, na prática, pagam mais imposto:
Um deles exclusivo do setor, o ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza). Como é municipal, a alíquota é bastante variável. Em São Paulo, ela é de 5%, o que elevaria os impostos para 16,33%. O valor total é mais do que o dobro de uma empresa de comércio, por exemplo.
Os impostos federais são IRPJ, PIS/Pasep, Cofins, CSLL e Simples.
 R7

Solução para crise da dívida dos EUA tem que ser 'bipartidária', diz Obama Depois de 2 de agosto, país pode ficar sem dinheiro para honrar dívidas. 'Há muitas maneiras de sair dessa confusão, mas o tempo está acabando'.



A quatro dias do fim do prazo a partir do qual o país ficará sem dinheiro para honrar dívidas, o  presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a cobrar nesta sexta-feira (29) que republicanos e democratas cheguem a um acordo para resolver o impasse em torno da crise da dívida norte-americana. Em pronunciamento que durou menos de dez minutos, Obama pediu que a população mantenha a "pressão sobre Washington" e disse que qualquer solução para o tema precisa ser conseguida pelos dois partidos.

"O que está claro agora é que qualquer solução para evitar um default (calote) precisa ser bipartidária", disse o presidente em discurso proferido na Casa Branca, um dia depois os líderes republicanos na Câmara adiarem mais uma vez a votação de seu plano, quando ficou claro que eles não tinham votos suficientes para aprová-lo.
O governo dos Estados Unidos está correndo contra o tempo para não colocar em risco sua credibilidade de bom pagador.

Se até o dia 2 de agosto o Congresso não ampliar o limite de dívida pública permitido ao governo, os EUA podem ficar sem dinheiro para pagar suas dívidas: ou seja, há risco de calote - que seria o primeiro da história americana.

A elevação do teto da dívida permitiria ao país pegar novos empréstimos e cumprir com pagamentos obrigatórios.
Em pronunciamento nesta sexta, o presidente norte-americano declarou que "há muitas maneiras de sairmos dessa confusão, mas nós estamos quase sem tempo", afirmou o presidente.
"Não é uma situação na qual as duas partes estejam a quilômetros de distância", afirmou Obama, que pediu que os norte-americanos continuem a "fazer sua voz ser ouvida", por telefone, e-mails e Twitter, para que "mantenham a pressão sobre Washington".
Por trás da discussão em torno dos números da dívida, há uma disputa política entre parlamentares do governo e da oposição.
A oposição republicana, adversária política de Obama, exige que o aumento do limite seja vinculado a cortes maiores no orçamento americano dos que os desejados pelo governo democrata, com medidas como corte de benefícios sociais, que poderiam afetar a vida do cidadão americano
Durante o discurso, Obama sinalizou que aceitaria um plano de duas partes para elevar o teto da dívida, atualmente em US$ 14,3 trilhões, em que a segunda parte incluiria uma reforma tributária tributária e mudanças nos programas de benefício social.
Obama destacou, no entanto, que a primeira parte do plano deveria ser longa o suficiente para durar em 2012. Do contrário, "o país teria que reviver esta crise em alguns poucos meses", alertou.
Perda de credibilidade
O presidente ainda alertou que, caso os dois partidos não cheguem a uma solução comum, os EUA poderão perder sua credibilidade no mercado por questões meramente políticas.
"Se não fizemos isso poderemos perder a credibilidade AAA do nosso país, não porque não temos condição de pagar nossas dívidas, mas porque não temos um sistema político AAA", disse Obama, referindo-se à nota dos títulos norte-americanos no mercado, que atualmente são considerados os mais seguros do mundo.
Este mês, em meio às discussões sobre a elevação do teto da dívida, a agência de classificação de risco Standard & Poor's afirmou que existe uma entre duas possibilidades de que poderá rebaixar a nota 'AAA' de crédito dos Estados Unidos se o país não chegar logo a um acordo para elevar o teto da dívida do governo.
Para o presidente, tal situação seria "imperdoável". "Há muitas crises no mundo que não podemos prever ou evitar, como furacões, terremotos. Essa não é uma delas", disse.
Do G1, com informações de agências internacionais

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Câmara adia outra vez votação de plano sobre a dívida dos EUA Proposta de novo teto da dívida do EUA pode ser votada nesta sexta-feira. Líder republicano John Boehner tenta costurar aprovação do plano.



A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos não votará nesta quinta-feira (28) a votação da nova proposta do plano do Partido Republicano para reduzir o déficit orçamentário do país e elevar o limite de endividamento do governo federal, informou o deputado republicano Kevin McCarthy, em nome do partido. A votação foi adiada e pode ocorrer nesta sexta-feira (29). Resta menos de uma semana para a data final estipulada pelo Departamento do Tesouro norte-americano para resolver o assunto.
A votação deveria ter começado por volta das 19h (horário de Brasília). Inicialmente, o líder republicado John Boehner pediu o adiamento da votação por algumas horas para costurar um acordo com seus colegas de partido, em vista de perspectivas incertas sobre a aprovação do plano.
A votação desta quinta aconteceria cinco dias antes do fim do prazo a partir do qual os EUA não poderão mais fazer empréstimos para pagar seus compromissos financeiros.

Na véspera, a Casa Branca reafirmou que um acordo no Congresso para elevar o teto da dívida é “essencial e possível”.

O governo dos EUA está correndo contra o tempo para não colocar em risco sua credibilidade de bom pagador. Se até o dia 2 de agosto o Congresso não ampliar o limite de dívida pública permitido ao governo, o país pode ficar sem dinheiro para pagar suas dívidas: ou seja, há risco de calote - que seria o primeiro da história americana.
A elevação do teto da dívida permitiria ao país pegar novos empréstimos e cumprir com pagamentos obrigatórios.

Em maio, a dívida pública do país chegou a US$ 14,3 trilhões, que é o valor máximo estabelecido por lei. Isso porque, nos EUA, a responsabilidade de fixar o teto da dívida federal é do Congresso.
Entenda a proposta da oposiçãoO plano republicano prevê dois aumentos no teto da dívida norte-americana. O primeiro, de US$ 900 bilhões, ocorreria imediatamente após a aprovação do projeto e teria como contrapartida a adoção de medidas para reduzir o rombo nas contas do governo em US$ 917 bilhões ao longo da próxima década.

O segundo aumento seria de até US$ 1,6 trilhão e ocorreria em 2012, mas somente se os congressistas concordassem em cortar os gastos federais em mais US$ 1,8 trilhão.
O deputado republicano John Boehner, que preside a Câmara dos Representantes, está tentando obter um número de votos suficiente para aprovar o projeto. A maioria dos deputados é republicana, mas alguns discordam do plano. Os democratas, que são minoria na Câmara, devem votar em bloco contra o projeto de lei.
Se os democratas permanecerem unidos contra o plano, Boehner precisará do apoio de pelo menos 217 dos 240 republicanos da casa para aprová-lo.
Todos os 53 senadores democratas prometeram se opor ao plano se ele for aprovado na Câmara.
Entenda a proposta defendida por Obama
O presidente dos EUA, Barack Obama, quer que o Congresso eleve o limite de endividamento apenas uma vez, de forma que não haja necessidade de debater esse assunto novamente ao longo de 2012, ano de eleições no país.
"Nós absolutamente precisamos evitar a crise iminente que poderia forçar o governo dos EUA a um default e colocar nossa economia numa espiral de queda", disse o presidente do Comitê de Regulações da Câmara, o republicano David Dreier, no início do debate. "Não podemos e não faremos isso de forma a criar uma crise ainda maior no futuro."
Já o líder da maioria democrata do Senado, Harry Reid, disse que "os republicanos não podem aprovar o curativo de curto prazo na Câmara hoje" e afirmou que a ala mais conservadora do Partido Republicano está "mantendo a economia como refém".
O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnel, respondeu às críticas de Reid, dizendo ser "inconcebível que eles efetivamente bloqueiem o único projeto de lei que pode passar pela Câmara e evitar um default no momento".
(*) Com informações das agências de notícias Associated Press e Reuters





AS LETRAS, A VIDA (UM DISCURSO À ARTE DE ESCREVER COM ARTE)





(---- 25 de julho, Dia do Escritor ---)

EDMILSON SANCHES

“Letras não são só cantiga de ninar, mas, também, toque de despertar, sinal de alarmar, hino de guerrear, canção de cantar vitória.”

* * *

Senhoras e Senhores:


Há coisas que, para serem feitas, precisam de dinheiro -- pagar contas, por exemplo.

Há coisas que, para serem feitas, precisam de esforço -- descarregar um navio no porto, um caminhão no armazém, por exemplo.
Há coisas que, para serem feitas, precisam de paixão -- entregar-se aos abraços nos braços da pessoa amada, numa noite enluarada, por exemplo.

Há coisas que, para serem feitas, precisam de amor -- morrer na cruz, em nome de toda a Humanidade, por único exemplo. Ou abraçar um ser durante nove meses da forma mais íntima possível... só explicável pelos mistérios da criação.

Há coisas que, para serem feitas, sobretudo para serem aceitas, precisam de tempo -- uma Academia de Letras, por exemplo.

Sintonizada com o espírito de uma cidade, uma Academia é feita de esforço, paixão, amor, tempo. Diferentemente do comum das academias, deve-se negar a “imortalidade” para os acadêmicos, ou seja, quem entrou pode sair, a pedido. Com isso, implode-se a tradição da tal “imortalidade” e resgata-se o primado da vontade das pessoas acima da norma das instituições. Fica quem quer crescer e ajudar a crescer, quem quer trabalhar pelas Letras, pela Cultura, pela Cidade. Imortal será sempre o trabalho, o exemplo, não o indivíduo.

Para se habilitar a uma vaga em uma Academia, o candidato, além de ter alma de humanista e escrita de artista, deve ter disposição para fazer a cidade crescer naquilo que uma comunidade tem de mais representativo: sua cultura. Ciganos, judeus, palestinos, entre tantos outros povos, não têm ou não tiveram territórios fisicamente delimitados para morar, mas, ainda assim, são respeitados por todo mundo no mundo todo pela força de seu saber, pela expressividade de sua história e cultura.



Senhoras e Senhores:



O local mais seguro para um navio é o porto onde ele está fundeado. Mas não é para portos que se constroem navios.

O lugar mais seguro para um automóvel é a garagem, onde ele fica guardado. Porém, não é para as garagens que se fabricam carros.

O melhor lugar para um bebê que se gera ou para uma criança que nasce é o ventre da mãe ou os braços do pai. Entretanto, não é para ficar vitalícia e umbilicalmente no ventre da mãe nem permanentemente debaixo das vistas do pai que se geram filhos.

Uma Academia igualmente é um local razoável para um intelectual, para um humanista. Mas, ouso dizer, não é somente para reunir gentes de saberes que se formam academias.

Não, Senhores. Apesar de ali estarem seguros, não é para portos, mas sim para os mares, que navios são construídos. É para a probabilidade da tempestade, é para a possibilidade da bonança, é para a certeza da viagem que navios são feitos e são lançados à água e singram mares já ou nunca dantes navegados. Navios são feitos porque os mares, e não os portos, existem.

Também é para roer distâncias, encurtar tempos, transportar pessoas e coisas em velocidade, mas sobretudo com segurança, que se fazem carros. Eles são para as ruas e estradas, pois das vielas e becos cuidam nossos pés. É porque existem espaços para transitar, e não garagens para guardar, que se industrializam carros.

É para a vida, para o mundo, para a certeza das buscas e incerteza do encontro, que se geram filhos. Sobre eles, pais, no máximo, têm autoridade, não propriedade.

É principalmente para unirem-se em torno de um ideal, e não em frente uns dos outros, que pessoas se juntam em clubes de serviço. E uma Academia de Letras também é, ou deve ser, um clube de serviços, ou melhor: menos clube, e mais serviço. Prestar serviços que prestam.

Porque é urgente e preciso organizar as pessoas para que elas organizem, para melhor, o mundo. Abrir não o leque que espalhe um arzinho de conforto, mas um fole, que resfolegue, que crie, espalhe e trabalhe também o desconforto, donde poderão sobrevir respostas e realidades -- assim como do desconforto, da irritação da ostra nasce a preciosidade da pérola. As Letras não são somente canto de acalanto, as Letras não são só cantiga de ninar, história pra boi e gente dormir, mas também, senão principalmente, as Letras são toque de despertar, sinal de alertar, sirene de alarmar, aviso de marchar, hino de guerrear, canção de cantar... vitória.


Senhores:


O que legaliza uma Instituição é seu registro, mas o que a legitima é a qualidade de sua ação. Os Cartórios e as Juntas Comerciais estão cheios de certidões de fantasmas, de escrituras de vivos-mortos. Nesse caso, não há muita diferença entre uma certidão de nascimento e um atestado de óbito.

Não tem jeito. O mundo exige, as cidades precisam, o ser reclama: pessoas e instituições têm de fazer diferença. Há muita inércia no mundo, muita energia estática.

Em uma Academia, não basta assinar a ata de fundação. Não basta assinar o ato de posse -- temos de tomar posse dos nossos atos. Pelo menos nós aqui, gente escolada na vida e no ofício, sabemos que o ato de posse não se exaure, ou não se deve exaurir, nesta noite de aniversários, destaques e discursos. Não basta tomar posse NA Academia; e indispensável tomar posse DA Academia...

Que ninguém se sinta pleno aqui e agora. Academia não é mais reverência; quando muito, é referência. É, em igual tempo, museu e laboratório, conservação e criação, pensamento e ação, contemplação e trabalho.

Por mais inusual, por pouco comum que pareça, também cabe a uma Academia -- como caberia a qualquer Instituição -- auxiliar na desinstalação das pedagogias criminosas. Da pedagogia que não adiciona valor, embora subtraia rendas. Do ensino prendedor, e não da educação empreendedora. Da política da passividade, que se alimenta da dependência, e não da competência.

A dependência cria, no máximo, a revolta; a competência faz a revolução. A revolta muda as pessoas do poder. A revolução muda o poder das pessoas, mostra às pessoas que elas são e têm o poder.

O revolucionário preexiste à revolução. Uma revolução inicia-se pelo nível da consciência. Uma revolta, pelo nível da emoção. O que se inicia pela consciência fortalece a emoção; o que começa pela emoção, fragiliza a consciência. O revolucionário tem consciência da necessidade. O revoltado tem necessidade da consciência.

Uma Academia é um laboratório -- e não um repositório -- de consciências.



Senhoras e Senhores:


Minha cidade, pode-se dizer, é uma das raras cidades das mais de 5 mil que existem no País que não se diz apenas berço de homens de letras: mais que escrever livros, seus filhos -- meus conterrâneos -- construíram Literatura, deram início a Escolas, criaram gêneros, tornaram-se estilo, gentes que influenciaram e influenciam. Porque foram seres que não só usaram as Letras; eles ousaram com elas.

Ousadia. Talvez isso, quem sabe, seja a grande fórmula do desenvolvimento, um desenvolvimento onde aos haveres econômicos se aliem os valores culturais.

Tudo tem de estar integrado. Onde a Engenharia erga prédios, a Estética espalhe sensibilidade.

Onde a Geografia imponha limites, a Cultura interponha pontes.
Onde a Economia fixe preços, a Arte destaque valores.

Enfim, onde o Homem faz corpo, Deus sopre alma.

Porque, à maneira de Vieira, prédios sem pessoas viram ruínas senão escombros.

Países sem pontes viram isolamentos senão ditaduras.

Economia sem cidadania vira exploração senão barbárie.

Política sem Humanismo vira escravidão senão tirania.

E pessoas sem cultura viram máquinas senão monstros.

É preciso mais. É urgente dar mais vida à vida.


Senhoras e Senhores:


Em uma cidade, uma Academia de Letras não é um contraste -- é do contexto. Não é um confronto -- é um encontro. Nasce de espíritos interessados, não de mentes interesseiras. A lógica de sua ação baseia-se em argumentos, não em argúcias.

É demagógico o discurso de que uma academia não é necessária a uma cidade, de que uma comunidade tem outras prioridades.

Claro, ninguém vai à vernissage nem à "avant-première", ninguém vem a uma solenidade como esta com olhos e bucho de fome de muitos dias. Mas Terra e gente foram dotados de recursos suficientes para que, explorados de forma inteligente e íntegra, integral e integrada, a vida se faça plena, dispensando, pois, prioridades isolacionistas, hierarquias mecanicistas, vícios segregacionistas, dimensões divisionistas.

A vida não é excludente; ela é inclusiva: não é isso OU aquilo, mas isso E aquilo. Não se trata do ou eu OU ele, mas do eu E ele.

Visão de conjunto, percepção do todo: É perfeitamente possível transformar em complementar o que se diz concorrente. Tornar compatível o que se julga contraditório. Fazer amigo no que é adversário.

Como vêem, por tudo o que disse aqui, Academia não é só um fardão: ela é também um grande fardo. O qual, pessoal e coletivamente, devemos ajudar a carregar.


Senhoras e Senhores:


Seja a Humanidade cada vez mais cidadã.

Seja cada vez mais vigilantes.

Seja cada vez mais solidária.

Sobretudo, sejamos cada vez mais felizes. (EDMILSON SANCHES)

Dólar tem mais um pregão de alta Após ter uma forte valorização no dia anterior, a moeda americana começou o dia com valorização de 0,71%, a R$ 1,57

SÃO PAULO - O dólar tem mais um dia de alta no o pregão desta quinta-feira, 28. A moeda americana começou o dia com valorização de 0,71%, a R$ 1,57, às 10h26.

Ontem, o dólar encerrou uma sequência de pregões de queda e teve forte alta, devido sobretudo ao anúncio de medidas cambiais que visam controlar a desvalorização da moeda americana. O dólar subiu 1,50% e fechou cotado a R$ 1,559.
O Diário Oficial de ontem trouxe uma Medida Provisória que autorizou o Conselho Monetário Nacional (CMN) a definir regras específicas para as negociações de derivativos e a tributar com IOF de até 25% sobre o valor negociado, o montante que os investidores depositam como margem em operações no mercado futuro e de derivativos.
De acordo com o decreto, a tributação, que começa com alíquota de 1% de IOF, será aplicada sobre a posição vendida líquida - diferença entre a posição vendida e a posição comprada bruta - que exceder US$ 10 milhões. Assim, irá punir os investidores que têm apostado na queda do dólar, e não aqueles que usam o mercado de derivativos apenas para se proteger.
O intuito é que o custo para apostar na queda do dólar fique mais caro e assim haja um desincentivo para este tipo de operação.
O governo também surpreendeu ao penalizar quem toma o empréstimo externo com prazo médio superior a 720 dias e antecipa a sua liquidação.
Além da medida, a atuação do Banco Central no leilão de compra de dólar também ajudou na alta. O BC atuou para dar sustentação aos preços, fazendo um leilão de swap reverso (em que assume posição comprada em dólar e vendida em taxa de juros) e duas compras de moeda no mercado à vist.
Estadão

Os 10 benefícios da caminhada Saiba quais são os 10 maiores benefícios da caminhada na opinião do dr. Fabio Ravaglia, presidente do Instituto Ortopedia & Saúde….



1. MAIS AMIGOS
A caminhada é um excelente exercício para manter as pessoas saudáveis e integradas na sociedade. Ajuda as pessoas a terem mais amigos!!!! A caminhada é também um excelente exercício para atingir um condicionamento físico saudável. Na caminhada, os riscos de lesões ortopédicas e cardiovasculares são mínimos em comparação a outras atividades.
2. AUXILIA NO CONTROLE DO COLESTEROL
A caminhada é uma atividade que emagrece, proporciona condicionamento cardiovascular e fortalece membros inferiores, além de reduzir as taxas de colesterol ruim (LDL e o VLDL) e aumentar o colesterol bom (HDL).
3. AUXILIA NO CONTROLE AO DIABETES
A caminhada é a atividade física mais indicada para o diabético, que deve praticá-la de três a quatro vezes por semana por, pelo menos, meia hora. A principal dica é usar tênis confortável e caminhar em local plano, sem buracos e bem ventilado. Já foi demonstrado em muitos estudos que a realização de exercícios reduz os níveis de glicose e melhora a ação da insulina. Essas ações reduzem a necessidade de medicamentos orais e a dose de insulina a ser aplicada. Além disso, o exercício queima calorias, o que ajuda no controle de peso e melhora o humor, ajudando a enfrentar os problemas da doença.
4. É BOM PARA O CORAÇÃO!
Como é uma atividade aeróbia, provoca a oxigenação cerebral e, se realizada rotineiramente, é capaz de liberar endorfinas — os hormônios que tranqüilizam e dão a sensação de bem-estar. A lista de doenças que a caminhada ajuda a evitar é imensa: acidente vascular cerebral, depressão, ansiedade, osteoporose, artrose, obesidade, diabetes “mellitus”, câncer de intestino e até intestino preguiçoso.
5. AUXILIA NA PREVENÇÃO À OSTEOPOROSE
Exercícios com suporte de peso (mesmo que o peso seja o seu próprio corpo) tais como caminhadas, exercícios aeróbicos, tênis e jogging são essenciais para o paciente com osteoporose. Mulheres no período pós-menopausa devem consultar o médico para verificar a necessidade de tomar estrógenos e progesterona (ou somente estrógenos para mulheres sem o útero). Esses medicamentos podem parar rapidamente a perda de osso, aliviar alguns dos sintomas associados à menopausa, beneficiar o coração por aumentar o "bom colesterol” (HDL) e diminuir o "mau colesterol” (LDL). Vale lembrar que se admite  que os estrógenos podem aumentar ligeiramente a probabilidade do câncer de mama e útero. O paciente e seu médico determinarão a melhor alternativa em cada caso.
6. OSSOS MAIS FORTES
Assim como os músculos, os ossos se tornam mais fortes com as atividades físicas. Os melhores exercícios para os ossos são os exercícios de sustentação do peso, que forçam a pessoa a trabalhar contra a gravidade. Esses exercícios incluem a caminhada, corrida, subir degraus, musculação e dança.
7. MAIS VITALIDADE
A caminhada regular, desde que bem orientada, traz ao praticante uma série de benefícios como:
-    Melhor estabilidade articular;
-    Aumento de massa óssea;
-    Aumento da taxa de hormônio do crescimento;
-    Diminuição da freqüência cardíaca de repouso;
-    Diminuição da pressão arterial;
-    Melhor utilização da insulina;
-    Controle da obesidade;
-    Diminuição do risco de varizes;
-    Diminuição do risco de derrame cerebral;
-    Diminuição do risco de arteriosclerose;
-    Diminuição do risco de lombalgia;
-    Aumento da força;
-    Aumento da flexibilidade;
-    Aumento da resistência aeróbica;
-    Aumento da resistência anaeróbica;
-    Facilitação da correção de vícios posturais;
-    Aceleração da recuperação de várias cirurgias;
-    Melhora da qualidade do período gestacional;
-    Facilitação do parto normal;
-    Facilitação da mecânica respiratória;
8. AUMENTA A EFICIÊNCIA DO SISTEMA IMUNOLÓGICO
9. DIMINUI O ESTRESSE E COMBATE A DEPRESSÃO
A caminhada ajuda no tratamento de distúrbios psicológicos. Caminhar por 30 minutos, três vezes por semana, pode ser tão eficiente no tratamento de depressão aguda quanto a utilização de medicamentos.
10. CAMINHAR EMAGRECE!
O excesso de peso pode aumentar o risco para doenças cardiovasculares na medida em que aumenta suas chances de desenvolver hipertensão (pressão elevada), níveis elevados do "mau colesterol" e diabetes. A caminhada pode ajudar — e muito — a alcançar o peso ideal para manter a saúde.


De acordo com um estudo da Unifesp, a caminhada pode melhorar 90% dos casos de dor crônica nas costas, na região lombar - entre a última costela e o início da perna. Estudos internacionais, inclusive, já relacionavam o bom condicionamento físico ao menor número de problemas lombares. Além do desgaste físico, o problema gera perdas econômicas, pois estima-se que 80% da população mundial sofra de dor nas costas. No Brasil, a lombalgia é considerada a segunda causa de afastamento temporário do trabalho. A dor na coluna é classificada de duas formas. A aguda dura menos de três meses, a crônica ultrapassa esse período. Vale lembrar que não são os ossos que dóem, mas as estruturas que fazem parte da coluna (disco intervertebral, vértebras, tendões, ligamentos, músculos e raízes nervosas).
Em cerca de metade dos casos, as dores são causadas por problemas mecânicos decorrentes de postura inadequada, exercícios físicos muito puxados ou movimentos desajeitados. Embora a lombalgia possa ser sintoma de um problema mais sério, como fratura, infecção e até câncer, isso é raro. Exceto em pacientes que apresentam dor na coluna associada a febre, queda feia, osteoporose ou tumor de mama, a maioria reclama de dor aguda.

As recomendações para manter um coração saudável valem também para a coluna. O exercício físico regular, por exemplo, fortalece os músculos que a sustentam. Com os músculos flácidos, a coluna fica instável e a dor é mais provável. As atividades físicas também contribuem para retardar a degeneração óssea decorrente do envelhecimento, que é um fator de risco para lombalgias. O desgaste dos ossos começa cedo, por volta dos 30 anos.

A coluna é composta de 33 vértebras, intercaladas por estruturas gelatinosas, os discos intervertebrais, que amortecem o atrito entre elas. Com o tempo, esses discos perdem água e tornam-se mais finos, deixando que as vértebras se aproximem umas das outras, e a dor é inevitável. É justamente por isso que os exercícios para fortalecer a musculatura do abdome, ombros e das costas são importantes.

A postura melhora e a pessoa tem um desgaste menor na coluna!!!!

Além do sedentarismo, da postura e da movimentação incorreta, há outros fatores que prejudicam a coluna. A obesidade é um desses fatores. Dez quilos a mais aumentam em 25% o risco de dor nas costas.

Sobre o impacto de exercícios físicos, entre eles a caminhada, seguem algumas informações.
Exercícios X Dores nas costas
É um engano pensar que os exercícios pioram as dores nas costas. Os exercícios só fazem mal quando não forem apropriados e orientados. Uma pessoa com lombalgia jamais deverá praticar atividades que exijam força, como levantar pesos durante a aula de musculação, sem apoiar corretamente a coluna lombar. O risco é deflagrar uma crise grave e até imobilizante. Mas há muitas outras atividades que podem ajudar a aliviar as dores. Os exercícios de alongamento, associados a outros que reforcem a musculatura abdominal, são os mais indicados. Outros tipos servem para corrigir a postura. Quem se senta curvado para frente, por exemplo, é estimulado a alongar os músculos peitorais e reforçar os dorsais para deixar a coluna mais ereta.

Repouso X Dores nas costas
Hoje em dia os conceitos mudaram e doentes com crise de hérnia de disco ou torção de coluna, por exemplo, são estimulados a andar após dois ou três dias de repouso. Um curto período na cama pode aliviar a dor, enquanto permanecer em repouso por tempo prolongado favorece o enfraquecimento da musculatura da coluna. Com o tempo, a falta de atividade física prejudica a estabilidade da coluna porque os músculos e outras estruturas perdem a sua tonicidade. É como se o mastro de um veleiro ficasse com as suas cordoalhas frouxas e, por causa disso, começasse a balançar. Manter uma atividade física regular, como a caminhada, é uma das principais dicas para manutenção da saúde da coluna.

Má postura X Coluna
A má postura agrava a dor na coluna. Sentar ereto ou ficar em pé, com apoio igual em ambos os membros, utilizando a musculatura abdominal, promove diminuição de carga sobre a musculatura das costas. Mas se a pessoa, ao contrário, sentar em poltronas fundas, fizer a sua lição de casa dobrada sobre a mesa ou se posicionar no computador de modo errado, será um forte candidato a dor nas costas.

Dicas de postura adequada para caminhar
•    A cabeça deve estar centrada nos ombros; o olhar focaliza o horizonte, em linha reta; o queixo e a cabeça acompanham o olhar (nem para cima, nem para baixo).
•    Os ombros devem estar relaxados. Evite incliná-los para a frente ou para os lados.
•    O tórax fica em posição normal, sem desvios para a frente ou para trás.
•   Os braços devem estar para baixo, levemente dobrados. O balanço dos braços durante a caminhada deve ser natural e suave.
•    Nas mãos, aja como se tivesse segurando uma borboleta. A idéia é não apertá-las, para não  esmagar a borboleta, nem abri-las demais para não deixar a borboleta fugir.
•    Para proteger a coluna, o abdome deve estar contraído, estável e ereto. Esse movimento permite também apontar o cóccix (ossinho no final da coluna) em direção ao chão, alinhando a coluna vertebral.
•    Você deve mover os quadris de forma natural, acompanhando o movimento das pernas para a frente e para trás. Nunca movimente os quadris para os lados!!! Os ossos ilíacos devem apontar sempre para a frente, convergindo para o centro.
•    Atenção com os pés. O calcanhar deve tocar o chão primeiro. Os dedos devem ficar um pouco fechados.
•    Rolar a pisada no sentido calcanhar, arco e dedos, complementando sempre essa seqüência antes de mudar para o próximo passo.
•    Atenção com a respiração! Concentre-se em manter a respiração suave, profunda e regular. Se você ficar relaxado, o seu coração vai bater ritimadamente.


 Instituto Ortopedia & Saúde

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Dólar reage a medidas do governo e fecha em alta após seis quedas Moeda fechou com ganho de 1,35%, a R$ 1,559. Operações chamadas de derivativos serão taxadas em até 25%.




O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (27), no primeiro dia de ganhos frente ao real após seis pregões seguidos de baixa, quando atingiu as menores cotações em 12 anos. A moeda terminou o dia vendida a R$ 1,559, com ganho de 1,35% sobre o fechamento da véspera.
A alta veio em reação às medidas para conter a queda da moeda publicadas nesta quarta-feira (27) no Diário Oficial da União (DOU).
Segundo operadores de mercado, a alta da moeda norte-americana é reação inicial típica a qualquer medida que pode influenciar a cotação do dólar, uma vez que o mercado sempre precisa de tempo para fazer uma leitura melhor de novas regras.
'Agora, é preciso entender e fazer conta', explica o diretor de Tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou nesta quarta que o governo decidiu sobretaxar, com o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), as apostas das empresas e bancos no mercado futuro (posição vendida) que pressionem para baixo a cotação do dólar. Segundo ele, isso é um tipo de "pedágio" contra a especulação no mercado futuro.
Com a maior taxação o volume de dólares que entra no país tende a diminuir, o que reduziria a cotação. Os derivativos cambiais têm grande influência na formação de preços da moeda norte-americana no mercado à vista.
Repercussão no mercado financeiro
Knauer diz que não está claro como será feita essa taxação. 'O arbitrador pode estar comprado em um derivativo da Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip) e vendido na BM&F, por exemplo. Se o IOF incidir somente na ponta de venda da BM&F, será difícil para o mercado, porque algumas instituições pagariam IOF mesmo com uma posição líquida comprada', avalia.
Nota-se que, o texto do decreto refere-se à exposição vendida líquida. Ainda assim, falta clareza e os investidores devem aguardar as explicações do governo antes de montar posições.
Em outra medida, autorizada via Medida Provisória (MP), o governo autorizou o Conselho Monetário Nacional (CMN) a definir regras específicas para as negociações no mercado de derivativos e a tributar as operações com IOF de até 25%.
De acordo com o operador de câmbio da Renascença Corretora, José Carlos Amado, com essa regra, o governo deve reduzir a especulação nos mercados futuros de dólar e cupom cambial. 'Houve momentos em que o dólar caiu, mesmo com um fluxo cambial negativo. Por isso, o governo começou a olhar mais para operações especulativas', afirma.
Apesar de reconhecer que é necessário fazer uma leitura mais atenta das regras, Amado diz que é apenas mais um conjunto de ações para conter o avanço do real. Desde o ano passado, o governo vem atuando mais firmemente no mercado de câmbio e, ainda assim, o dólar seguiu em firme trajetória de queda. É preciso reconhecer, porém, que essa retração poderia ter ocorrido mais rapidamente, não fosse a vigilância das instituições públicas.
Os derivativos são instrumentos financeiros cujo preço de negociação é baseado no preço futuro de algum outro ativo, como ações, câmbio ou juros. Investidores utilizam esse instrumento em diversas formas no mercado financeiro: uma delas funciona como se fosse um seguro de preço e tem como objetivo proteger o investidor contra variações de taxas, moedas ou preços.
Para ter proteção contra as variações do câmbio, por exemplo, os investidores podem optar por uma operação de derivativos. No caso de empresas, esse tipo de derivativo cambial busca proteger as exportações contra a desvalorização excessiva do dólar.
"Estão apostando que o dólar vai se desvalorizar e ganham quando isso acontece. É como se exercessem uma pressão vendedora. Estávamos com US$ 24 bilhões vendidos no mercado futuro [de câmbio]. O pessoal nem colocou o dinheiro [depositou apenas a margem da operação], mas é como se estivesse vendendo dólar. Estamos estabelecendo um IOF sobre a posição vendida que ultrapassar a posição comprada. A medida atrapalha a especulação", declarou Mantega.
Rendimento menor no mercado futuro
De acordo com o ministro da Fazenda, a taxação do IOF, anunciada hoje, retira parte da rentabilidade dos derivativos (operações no mercado futuro) que apostam na queda do dólar.
"Aquelas que estiverem com posição vendida maior do que comprada, pagarão 1% pela margem a maior sobre o valor que a gente chama nocional. A taxação é de 20% da operação sobre o possível ganho que ele possa a ter. Estaremos cobrando um pedágio das posições vendidas em excesso. Vamos tirar uma parte da rentabilidade das operação, diminuindo essa margem. Esperamos que haja não valorização do real, ou que tenha desvalorização", explicou o ministro da Fazenda.
Operações de 'hedge'
Segundo Mantega, a sobretaxa que está sendo implementada nesta quarta-feira não atinge, porém, as operações de proteção contra as variações de preço em cada atividade econômica - chamadas de "hedge" - usadas contra as flutuações do dólar nas operações de comércio exterior. Neste caso, explicou ele, o valor da aposta em queda do dólar (posição vendida ) não é maior do que a outra ponta da operação - na posição comprada.
"Tem empresas que fazem seguro, hedge. São operações casadas. Neste caso, não sofrerão nenhuma taxação. Já aquelas instituições que estiverem com posição vendida maior do que comprada, pagarão 1% pela margem a maior sobre o valor que a gente chama nocional", explicou o ministro.
Outra medida
Além disso, o governo publicou Medida Provisória no Diário Oficial que permite a taxação em até 25% operações de derivativos feitas por investidores brasileiros e estrangeiros no país. A medida, que entra em vigor hoje, foi anunciada após o dólar recuar pelo sexto dia seguido, e fechar abaixo de R$ 1,54 - o menor patamar em mais de 12 anos.
"Não há mudança de regras, por enquanto. De acordo com a necessidade, estaremos tomando as medidas", declarou Mantega sobre esta outra publicação que dá mais poderes ao Conselho Monetário Nacional (CMN).
Segundo ele, entretanto, o governo poderá exigir uma margem maior de operações no mercado futuro, caso julgue necessário. Atualmente, segundo ele, os bancos, ou empresas, têm de depositar somente de 5% a 6% o valor da operação total do mercado futuro - a chamada "margem".
Dólar baixo
As medidas do govern visam conter a queda do dólar, fator que torna as exportações mais caras e as compras do exterior mais baratas. Com isso, as empresas brasileiras perdem competitividade tanto no mercado interno (competição com importados mais baratos) quanto externo - nas vendas de seus produtos lá fora. Por outro lado, torna as viagens de turismo no exterior mais baratas. Com o dólar baixo, os gastos de brasileiros lá fora bateram recorde no primeiro semestre deste ano.
Histórico de medidas
Para tentar conter a queda do dólar, o BC anunciou várias medidas nos últimos meses. Em julho, já havia anunciado uma norma para baixar a posição vendida dos bancos no mercado de câmbio de cerca de US$ 15 bilhões para US$ 10 bilhões, estimulando os bancos a comprarem dõlares. No começo de 2011, o Banco Central já havia anunciado medida semelhante.
Antes disso, em outubro do ano passado, o Ministério da Fazenda anunciou a elevação do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações de estrangeiros em renda fixa no país de 2% para 4%. No mesmo mês, subiu de novo o tributo para 6%, e estendeu sua cobrança às operações no mercado futuro (derivativos).
A autoridade monetária também anunciou, no começo de 2011, que voltaria a atuar com contratos de "swap cambial reverso" - operações que equivalem à compra de divisas no mercado futuro, e assim procedeu nas últimas semanas. A decisão que foi aplaudida pelo ministro Guido Mantega, uma vez que as aquisições no mercado futuro contribuem para uma queda menor, ou aumento do dólar, no mercado à vista.
Além disso, o governo também já autorizou, embora ainda não tenha utilizado este instrumento, a possibilidade de o fundo soberano brasileiro comprar moeda norte-americana nos mercados à vista e, também futuro.
G1