Seguindo a tendência de forte queda dos mercados internacionais, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) caiu 8,08% nesta segunda-feira, fechando o dia abaixo dos 50 mil pontos. Esta foi a pior queda da Bovespa desde outubro de 2008, quando a crise do subprime estava no auge.
Durante o dia, o índice Ibovespa chegou a registrar baixa de 9%, deixando a bolsa perto de acionar o circuit break, mecânismo que interrompe automaticamente o pregão quando a queda chega a 10%.
Ao fim do dia, os negócios na Bovespa registraram 48,6 mil pontos.
Já o dólar subiu 1,96% e fechou o dia cotado a R$ 1,61, a primeira vez desde 24 de junho em que a moeda americana fechou acima de R$ 1,60.
Esta também foi a maior alta do dólar desde 6 de maio de 2010, quando a cotação subiu 2,95%.
A turbulência no mercado brasileiro faz parte do cenário de incertezas resultante do rebaixamento, na última sexta-feira, da nota da dívida dos Estados Unidos. A agência Standard & Poor’s rebaixou os títulos americanos de "AAA" para "AA+".
Além dos Estados Unidos, a Europa luta para deter o contágio da crise da dívida na zona do euro, depois que Grécia, Portugal e Irlanda receberam empréstimos da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional).
O medo foi sentido nos mercados de todo o mundo. Em Nova York, o índice Dow Jones fechou em baixa de 5,5%, enquanto o índice Nasdaq, que reúne ações de empresas de alta tecnologia, caiu 6,9%.
Em Londres, a bolsa fechou em queda de 3,39%. Em Frankfurt, a baixa foi de 5,02%. O índice Nikkei, do Japão, caiu 2,4%, enquanto a bolsa da Coreia do Sul teve queda de 5%, e Hong Kong, de 4%.
Contágio
O rebaixamento dos títulos americanos foi criticado por autoridades de todo o mundo. No Brasil, a presidente Dilma Rousseff considerou "precipitada" a avaliação da agência.
"Podemos deixar claro que não compartilhamos com a avaliação um tanto quanto rápida e, diria, não correta da agência que diminui o grau de valorização de crédito dos Estados Unidos", disse.
Dilma afirmou ainda que é preciso ter clareza de que o Brasil não está imune à crise financeira internacional, mas tem condições de enfrentar o desafio.
"Temos clareza de que não somos imunes, não vivemos numa ilha, mas o Brasil tem força suficiente para fazer frente a essa conjuntura", disse.
Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama tentou passar uma mensagem de confiança, dizendo que os problemas econômicos do país “têm solução iminente”.
Durante seu discurso, Obama minimizou a posição da agência Standard & Poor’s.
"Não precisamos de uma agência para nos dizer que temos de fazer. Os Estados Unidos sempre foram e sempre serão um país AAA", disse Obama, em referência à nota máxima de classificação.
G7 e G20
No fim de semana, o G7, grupo das sete maiores economias mundiais, anunciou que tomará todas as medidas necessárias para garantir estabilidade financeira diante da crise provocada pelas dívidas dos Estados Unidos e dos países da zona do euro.
Nesta segunda-feira, os países do G20, o bloco formado pelas principais economias mundiais e as mais importantes economias emergentes, se comprometeu a tomar ações para assegurar a estabilidade dos mercados e o crescimento econômico mundial.
Na Europa, o Banco Central europeu anunciou que irá comprar os títulos da dívida da Itália e da Espanha, na tentativa de deter o contágio da crise na zona do euro, que já levou a dois resgates da Grécia, um da Irlanda e um de Portugal.
BBC
BBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário