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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Mercado reduz estimativas para a inflação em 2012 Segundo o relatório Focus, projeções para o IPCA recuaram de 5,39% para 5,33% no ano que vem



O mercado voltou a reduzir as estimativas de avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2012. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira no relatório Focus, do Banco Central, os economistas estimam que a inflação avance 5,33% no ano que vem, ante uma previsão de 5,39% divulgada na pesquisa anterior. Para 2011, as projeções para o índice voltaram a crescer, passando de 6,52% para 6,54% - acima do teto da meta estipulada pelo BC, que é de 6,5%.
Ainda segundo pesquisa Focus, as previsões para a taxa básica de juros (Selic) no fim de 2012 se mantém em 9,5% ao ano, assim como o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem, de 3,4%. Contudo, o mercado reduziu suas perspectivas de crescimento da economia para este ano, passando de 2,92% para 2,90%. A projeção de crescimento para a produção industrial em 2012 recuou de 3,46% para 3,43%, enquanto para 2011 a estimativa se manteve em 0,82%.
A estimativa de mercado para a relação dívida/PIB em 2012 caiu de 38% para 37,50%. Para 2011, a previsão se manteve em 38,50%. O indicador mostra a proporção entre o endividamento público e a riqueza gerada pelo país.
Também de acordo com a pesquisa, a projeção para o déficit em conta corrente de 2012 passou de 68 bilhões de dólares para 68,30 bilhões de dólares. Já para 2011, a estimativa de déficit recuou de 54 bilhões de dólares para 53 bilhões de dólares.
A cotação do dólar prevista para o fim de 2012 continuou em 1,78 real. Já para 2011, a estimativa de fechamento da moeda americana no dia 30 de dezembro subiu de 1,80 real para 1,81 real


VEJA

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Economia brasileira tem estagnação no 3o tri, diz IBGE

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A economia brasileira ficou estagnada no terceiro trimestre deste ano em comparação ao segundo, com a primeira queda no consumo das famílias em quase três anos, informou o IBGE nesta terça-feira.
O Produto Interno Bruto (PIB) registrou crescimento zero entre julho e setembro na comparação com os três meses anteriores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já na comparação com o terceiro trimestre de 2010, houve uma expansão de 2,1 por cento.
O consumo das famílias, um dos motores da economia nos últimos trimestres, caiu 0,1 por cento na comparação entre o terceiro trimestre e o segundo, a primeira queda desde o quarto trimestre de 2008.
Também caíram a formação bruta de capital fixo (FBCF) -uma medida de investimentos-, e o consumo do governo, respectivamente 0,2 por cento e 0,7 por cento no período.
"O que temos aqui talvez seja resultado puxado por retração no gasto do governo", avaliou o economista sênior da Gradual Investimentos, Andre Perfeito. "Desde o início do ano o governo vem praticando uma política econômica contracionista, não dava para esperar outra coisa."
SERVIÇOS EM QUEDA
Na mesma comparação, a agropecuária teve expansão de 3,2 por cento, mas a indústria registrou contração de 0,9 por cento e o setor de serviços queda de 0,3 por cento.
"A indústria, como já era esperado, teve retração, mas me surpreendeu a queda no setor de serviços. Esperávamos pelo menos estabilidade, dado que o mercado de trabalho continua relativamente forte", disse o economista-chefe da CM Capital Markets, Maurício Nakaodo.
O que ajudou de maneira geral o PIB foi o setor externo, crescimento das exportações, o que acaba sendo preocupante. Ter o crescimento do PIB condicionado ao setor externo na atual conjuntura é bem preocupante", acrescentou.
Para o coordenador de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flavio Castelo Branco, a atividade brasileira continuará patinando neste fim de ano, com uma recuperação ocorrendo apenas a partir do ano que vem.
"Os últimos meses de 2011 devem continuar ruins e a melhora deve vir só em 2012, com as ações do governo (para estimular o consumo) e o ciclo de redução da Selic", afirmou ele.
Na semana passada, além de o Banco Central (BC) ter feito novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, para 11 por cento ao ano, o governo anunciou um pacote de medidas para estimular a economia. Entre elas, reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os produtos de linha branca e zerou o Imposto sobre Operações Financeiras para investidores estrangeiros em ações.
O objetivo, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, é garantir que o país tenha expansão entre 4,5 e 5 por cento no próximo ano.
Segundo o último relatório Focus do Banco Central, junto a agentes econômicos, a expectativa é de um crescimento do PIB de 3,09 por cento este ano e de 3,48 por cento em 2012.
SOBRE 2010
Em relação ao terceiro trimestre de 2010, a agropecuária cresceu 6,9 por cento, enquanto a indústria teve expansão de 1,0 por cento e o setor de serviços crescimento de 2,0 por cento.
Nessa comparação, o consumo das famílias aumentou 2,8 por cento, a FBCF subiu 2,5 por cento e o consumo do governo cresceu 1,2 por cento.
resultado do PIB na comparação trimestral confirmou pesquisa Reuters, onde a mediana das previsões dos economistas era de crescimento zero. Mas na comparação anual, a expectativa era de uma expansão de 2,4 por cento.
O IBGE também divulgou nesta manhã dados revisados dos últimos trimestres. A expansão do PIB no segundo trimestre sobre o primeiro trimestre foi revisada de 0,8 por cento para 0,7 por cento, enquanto o crescimento do primeiro sobre o quarto trimestre passou de 1,2 por cento para 0,8 por cento.
(Reportagem adicional de Jeb Blount, no Rio de Janeiro; Luciana Lopez, José de Castro e Inaê Riveras, em São Paulo)


Por Rodrigo Viga Gaier

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

SEM SUPRESAS,COPOM REPETE MOVIMENTO DE OUTUBRO E REDUZ SELIC PARA 11% AO ANO.

Segundo BC, ajuste moderado na taxa selic é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta.

30 de novembro de 2011 - Como era amplamente esperado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu reduzir a taxa básica de juros para 11% ao ano, um recuo de 0,50 ponto percentual, repetindo o movimento da reunião de outubro. Esta foi a oitava e última reunião do Copom este ano e também marca a terceira queda consecutivo da Selic.

Veja nota na íntegra: "Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 11,00% a.a., sem viés.

O Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012".

Em janeiro, no primeiro encontro de 2011 e também do governo Dilma Rousseff, o colegiado decidiu interromper uma sequência de três manutenções e anunciou uma alta de de 0,50 p.p. nos juros, para 11,25% ao ano. Já a segunda reunião promoveu um ajuste de alta de 0,50 p.p. No terceiro encontro, o aumento foi de 0,25 p.p, mesmo percentual apurado na quarta e na quinta reuniões. No sexto encontro, o Copom surpreendeu o mercado, cortando em 0,50 p.p a taxa básica de juros. No sétimo encontro, o Copom manteve o movimento de queda, cortando em 0,50 p.p a taxa selic.

A taxa Selic é o instrumento mais usado pelo BC para controlar a demanda por bens e serviços e, por consequência, a inflação. O Copom reúne-se a cada 45 dias para definir a taxa. Os sinais analisados na hora de definir a Selic são os dados sobre a expansão da economia, a situação externa e os índices de inflação.

Quando a economia está aquecida, os consumidores têm dinheiro para gastar. Assim, a procura por bens e serviços aumenta e há dificuldade da indústria, do comércio e do setor de serviços de suprir os consumidores na mesma proporção do aumento da demanda. Com isso, a tendência é de que os preços aumentem. O Copom, então, eleva os juros para estimular a poupança e conter a expansão excessiva da demanda.

Todo ano, o BC tem que perseguir uma meta de inflação, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, formado pelo presidente do Banco Central e pelos ministros da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão. A meta tem como base o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Para 2011, a meta de inflação é de 4,5%, com limite inferior de 2,5% e superior de 6,5% (dois pontos percentuais para cima ou para baixo). O BC tem que atuar para que a inflação anual fique em torno do centro da meta. A expectativa dos economistas ouvidos pelo BC no último Boletim Focus é de que o IPCA encerre este ano em 6,49%.

(Redação - www.ultimoinstante.com.br)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Copom pode baixar Selic pela 3ª reunião seguida nesta quarta

O Comitê de Política Monetária (Copom) decide nesta quarta-feira um possível novo ajuste na taxa básica de juros (Selic), que está em 11,50% ao ano desde o dia 19 de outubro. Na última reunião de 2011, a expectativa dos analistas financeiros da iniciativa privada é de redução para 11% ao ano, o que seria a terceira queda consecutiva.
Neste ano, o Copom fez cinco elevações seguidas da Selic, até atingir 12,5% no dia 20 de julho. De lá para cá, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) começou a perder força, o que permitiu ao BC mudar os rumos da política monetária e promover duas reduções de 0,5 ponto percentual cada, nas reuniões do fim de agosto e meados de outubro.
No entanto, a possibilidade de queda na Selic terá pouco impacto nas operações de crédito, segundo avaliação da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Caso se confirme a expectativa da Anefac e de analistas do mercado financeiro de redução de 0,5 ponto percentual, a taxa de juros do crédito pessoal oferecido pelos bancos cairia de 65,92% ao ano para 65,16%.
Segundo a Anefac, não há muita alteração para os consumidores porque "existe um deslocamento muito grande entre a taxa Selic e as taxas de juros cobradas aos consumidores que, na média da pessoa física, atingem 115,2% ao ano, provocando uma variação de mais de 900% entre as duas pontas".
No caso da compra de uma geladeira, por exemplo, com preço à vista de R$ 1,5 mil, se financiada em 12 meses, a redução no total pago seria apenas R$ 4,64. A taxa de juros desse financiamento passaria de 5,44% para 5,4% ao mês e o valor total da compra financiada cairia de R$ 2.081,56 para R$ 2.076,93.
 
Com informações da Agência Brasil.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Os 6 conselhos de Ram Charan para transformar estratégias em resultados




São Paulo – No papel, todas as estratégias são vencedoras – mesmo porque, em alguns casos, elas nem saem da prancheta. Mas o que diferencia as empresas e os executivos bem-sucedidos dos que vão para a vala comum dos powerpoints é sua capacidade de transformar estratégias em resultados efetivos.
Como? Para Ram Charan, um dos maiores papas da gestão mundial, há seis passos para que belas e ambiciosas palavras tornem-se conquistas palpáveis, como lucros e geração de valor para os acionistas.
Charan é consultor de importantes empresas, como GE, Novartis e DuPont, o especialista está de passagem pelo Brasil e participou, nesta quarta-feira, da HSM Expomanagement. Veja, a seguir, seus conselhos:
1 – Olhe para o horizonte
Um dos segredos das companhias mais bem-sucedidas, segundo Charan, é estar sempre de olho nas tendências externas. “Seja qual for o seu modelo de negócio, descobrir tendências e olhar para fora sempre pode trazer bons resultados. A internet hoje facilita muito as coisas, mas precisamos ficar atentos e olhar sempre fora da ótica dos outros. Por isso, seja global”.
2 – Estabeleça prioridades sensatas (e não muitas)
Tenha apenas de três a cinco prioridades dominantes. Se você conseguir detectar quais são elas com clareza, com certeza, vai conseguir reverter isso em resultados. “Bill Gattes, da Microsoft, quando começou tinha apenas uma prioridade: um computador para cada um dos seus funcionários e, a partir daí, as coisas começaram a funcionar com eficiência”.
3 – As pessoas certas precisam estar nos lugares certos
Nunca contrate alguém que não saiba jogar em equipe. Um líder não precisa ser perfeito e certamente não será. Mas os funcionários precisam estar felizes e satisfeitos. “Por isso, as pessoas precisam estar à vontade. Se você conseguir reduzir ao máximo as pessoas erradas nos lugares certos já é outro passo importante”.
4 – Aprenda a unir pessoas, estratégias e operações
Procure sempre ligar pessoas, estratégias e orçamentos. Neste caso, faça sempre duas perguntas: se a estratégia vai decolar e como mudar o orçamento para o ano seguinte. “Uma das maiores livrarias americanas, a Borders, está falida e a Amazon tem responsabilidade nisso. Ela teve sucesso porque conseguiu reduzir os custos investindo em software e se tornando uma empresa global e não apenas americana, como a Borders”.
5 – Sempre avalie seu desempenho de tempos em tempos
Seja engajado e avalie periodicamente os resultados da sua companhia. Se eles não vão muito bem, procure descobrir as verdadeiras razões que levaram a isso e corrigi-las.
6 – Execute
A execução não é uma ciência dificílima, mas requer muito treino para se atingir a prática. Temos empresas como a Apple, Amazon e até brasileiras, como Natura e Ambev, que fazem isso muito bem. “Execução faz toda a diferença e tem que ser 80% do negócio. Temos uma pista de decolagem enorme e as empresas globais são as mais maravilhosas nesse quesito”.

Daniela Barbosa, de

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Coutinho defende queda dos juros para ampliar investimentos


Brasília - O Brasil precisa ampliar a taxa de investimento para cerca de 24% do Produto Interno Bruto (PIB). que é a soma de tudo o que o país produz e oferta em serviços. Mas, para chegar a esse percentual, é necessário que os juros básicos da economia (Selic) caiam ainda mais. A avaliação é do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, que participou de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Atualmente, disse Coutinho, a taxa de investimento está perto de 19%.
Coutinho voltou a defender a ampliação do investimento privado em reais, principalmente em infraestrutura. Segundo ele, se o financiamento do setor fosse responsabilidade exclusiva do BNDES, o banco estatal de fomento teria de dobrar de tamanho.
Com relação à queda da taxa Selic, o presidente do BNDES enfatizou que não está fazendo nenhuma recomendação ao Banco Central, autoridade monetária responsável pela definição da taxa básica de juros. De acordo com ele, o BC deve ter total liberdade para subir ou descer os juros para controlar a inflação. “Esse desafio [de reduzir a Selic] depende da manutenção da inflação sob controle” e de uma política fiscal firme, com redução de gastos públicos. Assim, na avaliação de Coutinho será possível ampliar os investimentos de longo prazo.
O presidente do BNDES estima que, no longo do tempo, a taxa Selic convirja para o nível da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que está em 6% ao ano.
Para Coutinho, atualmente, há uma situação “cômoda” para os investidores, que podem aplicar em títulos públicos de curto prazo, com pronta liquidez, indexados e sem risco. Em outros países, disse ele, quem quer ter rendimentos mais altos, aplica no médio e no longo prazos em ativos de maior risco.

Kelly Oliveira, da

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Copom reduz juros para 11,5% ao ano.Esta foi a segunda redução consecutiva dos juros básicos da economia.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, colegiado formado pela diretoria e presidente da autoridade monetária, se reuniu nesta quarta-feira (19) e decidiu baixar os juros básicos da economia brasileira, que recuaram de 12% para 11,50% ao ano.
Trata-se da segunda reunião consecutiva de redução dos juros, que já haviam caído no fim de agosto, pegando parte do mercado financeiro de surpresa. Com a decisão desta quarta, os juros  retornam ao menor patamar desde o começo do ano, visto que, em janeiro de 2011, estavam em 11,25% ao ano.
Selic 11,5% - outubro de 2011 (Foto: Editoria de Arte/G1)
Crise financeira
A decisão do Banco Central foi tomada em meio ao agravamento da crise financeira internacional, que começou em setembro de 2009, mas que voltou a piorar há poucos meses - com o rebaixamento da dívida dos Estados Unidos pela agência de classificação de risco Standard & Poors.
Para o BC, a "transmissão" do cenário de crise externa para a economia brasileira pode acontecer por meio da redução do volume de comércio e do menor aporte de investimentos, além de restrições ao crédito e da "piora" no sentimento de consumidores e empresários. A crise também deve gerar, segundo analistas, redução dos preços dos alimentos - contribuindo para moderar as pressões inflacionárias.
"A situação externa não encontrou, desde a última reunião do Copom [no fim de agosto], definição de melhores alternativas. Houve agravamento e há grande possibilidade de recessão na Europa e Estados Unidos, sendo a queda gradual da atividade da economia chinesa já uma realidade", avaliou o economista Sidnei Nehme, da NGO Corretora, que defendia um corte maior dos juros, da ordem de um ponto percentual, para 11% ao ano.
Sinais do BC e previsões do mercado
O novo corte nos juros básicos da economia brasileira foi amplamente sinalizado pelo Banco Central, que já havia comunicado que "ajustes moderados" nos juros seriam compatíveis com a inflação no centro da meta de 4,5% em 2012. Deste modo, a decisão já era esperada pelo mercado financeiro, que projetava justamente uma redução de 0,5 ponto percentual nesta quarta-feira, para 11,50% ao ano.
Além das indicações do BC, indicadores econômicos divulgados nas últimas semanas confirmaram o cenário de desaceleração da economia brasileira. A prévia do PIB, divulgada pela autoridade monetária, mostrou recuo de 0,53% em agosto, ao mesmo tempo em que a produção industrial, e as vendas do varejo de agosto, também indicaram desaceleração da economia. Dados dos empregos formais, assim como a arrecadação, também mostram sinais de arrefecimento do nível de atividade.
Explicação do BC
Ao fim do encontro do Copom desta quarta-feira, o Copom divulgou o seguinte comunicado: "Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 11,50% a.a., sem viés. O Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012".
Metas de inflação
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Neste momento, a autoridade monetária já está nivelando a taxa de juros para atingir a meta do próximo ano.
Para 2011 e 2012, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC busca trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% em 2012.
Recentemente, o BC informou, por meio do relatório de inflação do terceiro trimestre deste ano, que prevê um IPCA de 6,4% para este ano, com 45% de chance de "estourar" o teto de 6,50% do sistema de metas, e uma inflação de cerca de 5% para o próximo ano.
Juros reais mais altos do mundo
Em 11,50% ao ano, de acordo com estudo do economista Jason Vieira, da corretora Cruzeiro do Sul, em parceria com Thiago Davino, analista de mercado da Weisul Agrícola, a taxa real de juros (após o abatimento da inflação) do Brasil ficou em cerca de 5,5% ao ano, mais do que o dobro do segundo colocado (Hungria, com 2,3% ao ano). A taxa média de juros de 40 países pesquisados está negativa em 0,8% ao ano. Juros altos tendem a atrair capitais para a economia brasileira, pressinando para baixo a cotação do dólar.


Alexandro Martello Do G1, em Brasília

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

.G20 precisa retomar cooperação para combater crise, diz chefe do FMI



Em um momento em que crescem os riscos à economia mundial, a diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, disse nesta quinta-feira, em Washington, que os países do G20 (grupo das maiores economias avançadas e emergentes, do qual o Brasil faz parte) precisam retomar seu espírito de cooperação.
"Eu acho que o que está faltando hoje, e que eu espero que seja retomado, é o ímpeto coletivo e o espírito que eu vi, por exemplo, na cúpula do G20 em Londres", disse Lagarde, ao referir-se à reunião realizada em 2009, no auge da crise econômica mundial.
"Aquele foi um momento em que todos os líderes se uniram. Eu espero que possa acontecer novamente."
Lagarde fez as declarações ao presidir pela primeira vez a reunião anual do FMI e do Banco Mundial, que ocorre até sábado na capital americana, e também no dia em que ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 estão reunidos em Washington.
Incertezas
As declarações ocorrem dois dias depois de o FMI lançar seu mais recente relatório com perspectivas para a economia mundial, no qual reduziu para baixo as projeções de crescimento globais, diante de um aumento das incertezas sobre a recuperação.
Lagarde voltou a dizer que a economia mundial está entrando em uma "fase perigosa".
"A recuperação que era esperada se enfraqueceu, e é claramente um risco que vemos de uma perspectiva econômica e também de uma perspectiva social, porque com menos crescimento nós também vemos menos empregos", afirmou.
Clique Leia também na BBC Brasil: Em dia tenso, Banco Mundial diz que mundo está em 'zona de perigo'
Os problemas globais são alimentados pela crise de dívida e deficit em países europeus, que vem deteriorando a confiança dos mercados, e pela lenta recuperação nos Estados Unidos, onde a divisão política tem dificultado as negociações para uma solução de médio prazo aos problemas econômicos.
Margem de manobra
Ao comparar a situação da economia global em 2008 - quando a quebra do banco Lehman Brothers desencadeou a fase mais aguda da crise - com o cenário atual, Lagarde disse que naquela época havia mais espaço para recuperação, com maior margem de manobra para apoiar o sistema financeiro mundial.
"Não há tanta munição agora", afirmou.
Em um dia de nervosismo ao redor do mundo, com quedas nas bolsas provocadas principalmente pelas perspectivas pessimistas do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) sobre a recuperação da economia americana, Lagarde disse que as ações do FMI não são determinadas pelas oscilações do mercado.
"Nossa ação, nossa análise e nossas propostas de políticas não são ditadas pela variação diária da Dow Jones, Nasdaq, CAC ou DAX", disse, em referência a alguns dos principais índices de EUA, França e Alemanha. "Nós realmente tentamos olhar para os fundamentos das economias."


Alessandra Corrêa
Da BBC Brasil em Washington

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mercado sobe previsão de inflação para 2011 e baixa estimativa de PIB

Os economistas do mercado financeiro subiram sua estimativa para a inflação deste ano ao mesmo tempo em que reduziram sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2011, informou o Banco Central nesta segunda-feira (22) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus.
Segundo o documento, que é fruto de pesquisa do BC com os bancos, a expectativa dos economistas das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 6,26% para 6,28%. A previsão para o IPCA de 2012, por sua vez, passou de 5,23% para 5,20%. Neste caso, trata-se da terceira redução seguida do indicador.
Sistema de metas de inflação
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Neste momento, a autoridade monetária já está nivelando a taxa de juros para atingir a meta do próximo ano. Em 12,50% ao ano, a taxa está no patamar mais alto desde o começo de 2009.
Para 2011 e 2012, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Juros
Sobre a taxa de juros, a expectativa dos analistas dos bancos permaneceu em 12,50% ao ano (patamar atual da taxa) para o fechamento de 2011 e de 2012. Com isso, o mercado financeiro continua acreditando em estabilidade da taxa de juros até o fim do ano que vem. Neste momento, o BC já está olhando o cenário de 2012 para calibrar a taxa de juros. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), colegiado que define os juros básicos da economia, está marcada para o fim do mês de agosto.
Crescimento econômico e câmbio
O mercado financeiro também baixou, na semana passada, a sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2011 de 3,93% para 3,84%. Esta é a terceira semana consecutiva que a previsão para o crescimento da economia diminui.
Os ajustes começaram após a piora da crise financeira internacional, com a revisão para baixo da nota dos Estados Unidos pela Standard & Poors. Para 2012, a previsão do mercado de crescimento da economia brasileira permaneceu estável em 4%.
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2011 permaneceu inalterada em R$ 1,60 por dólar. Para o fechamento de 2012, a previsão do mercado financeiro para a taxa de câmbio ficou estável em R$ 1,65 por dólar.
Balança comercial
A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2011 subiu de US$ 22 bilhões para US$ 22,8 bilhões na semana passada.
Para 2012, o BC revelou nesta segunda-feira que a previsão dos economistas para o saldo da balança comercial subiu de US$ 10,85 bilhões para US$ 12,10 bilhões de superávit.
No caso dos investimentos estrangeiros diretos, a expectativa do mercado para o ingresso de 2011 ficou estável em US$ 55 bilhões. Para 2012, a projeção de entrada de investimentos no Brasil permaneceu intalterada US$ 50 bilhões.


Alexandro Martello Do G1, em Brasília

domingo, 14 de agosto de 2011

BC vai passar a divulgar taxa de juros preferencial brasileira Taxa 'prime' será média dos juros cobrados para empresas de baixo risco. Objetivo é comparar ‘custo do dinheiro’ com o de outros países, diz Tombini.




O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta sexta-feira (12) que a instituição passará a divulgar, a partir de setembro, a taxa preferencial brasileira, que será uma média dos juros cobrados em empréstimos feitos para empresas de grande porte consideradas “prime”, ou seja, com baixo risco de não pagamento.
O objetivo, diz Tombini, é permitir a comparação do custo do empréstimo para esse público diferenciado com o de outros países e, assim, estimular a concorrência entre os bancos.
“Será uma média de juros das operações pactuadas das instituições financeiras e clientes de grande porte, considerados de baixo risco de crédito. Essa informação passará a ser divulgada e permitirá uma melhor comparação do custo do dinheiro do país em relação a outros países que têm a taxa prime”, afirmou.
Na prática, segundo o BC, a taxa "prime" brasileira representará um patamar de juros mais baratos do mercado brasileiro, cobrado pelos bancos ao primeiro nível de clientes e grandes bancos de grande porte considerados os melhores pagadores do mercado.
Ainda de acordo com o BC, a taxa prime será anunciada em setembro no Relatório de Estabilidade Financeira, relatório do BC divulgado de seis em seis meses.

A expectativa do BC, no entanto, é de que a taxa prime seja divulgada mensalmente. Mais detalhes, no entanto, serão anunciados apenas no relatório de setembro, informou a assessoria de imprensa do BC.
"A criação dessa referência, desse benchmark a ser desenvolvida e divulgada nos próximos meses, permitirá que as demais taxas ativas do sistema possam ser comparadas com essa taxa, seja uma taxa de referência para outras taxas que prevalecem no mercado de crédito. Com isso esperamos também, com essa maior transparência e aumento da qualidade da informação, fomentar a concorrência no sistema bancário", explicou Tombini.

Ligia GuimarãesDo G1, em São Paulo

sábado, 13 de agosto de 2011

Comissão realiza painel sobre economia e finanças internacionais


Os espaços econômicos internacionais, como o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), a União Européia e áreas de influência da China e do Japão serão debatidas em audiência publica na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) na próxima segunda-feira (15), às 18h. O tema integra um painel de debates que vem sendo promovido pela comissão sobre os rumos da política externa brasileira em 2011 e 2012.
Um dos debatedores convidados é o diplomata Marcílio Marques Moreira, que serviu como embaixador do Brasil nos Estados Unidos, entre 1986 e 1991, e exerceu vários cargos no âmbito da administração pública, como ministro da Fazenda em parte do governo Collor e presidente da Comissão de Ética Pública (2007-2008), durante o governo Lula.
Foram convidados ainda o professor da Universidade Estadual da Bahia, Edmilson de Jesus Costa Filho, que é doutor em Ciência Política; o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Renato Flores, especialista, entre outros assuntos, em Comércio Internacional; e a professora da Universidade Federal Fluminense, Marta dos Reis Castilho, que é doutora em Economia Internacional pela Universidade da Sorbonne, em Paris.
A CRE é presidida pelo senador Fernando Collor (PTB-AL), autor do requerimento para a realização dos debates.


Paulo Sérgio Vasco / Agência Senado

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Para Alvaro Dias, o país precisa colocar o combate à corrupção em primeiro lugar




O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) fez um apelo em Plenário, nesta quinta-feira (11), aos parlamentares de todos os partidos para que elejam a corrupção como o inimigo nº 1 do Brasil. Em sua avaliação, o problema é o mais importante a ser enfrentado atualmente no país.
Citando dados da ONG Transparência Internacional, Alvaro Dias destacou o fato de o Brasil sempre ocupar lugar de destaque no ranking dos países mais corruptos, elaborado anualmente pela instituição.
Alvaro Dias informou que, de acordo com recente relatório da Transparência Internacional, 26% da movimentação de recursos ligados à corrupção em todo o mundo está localizada no Brasil. Segundo o senador, o prejuízo para o país, decorrente da corrupção, seria da ordem de R$ 70 bilhões anuais, o equivalente a 2,3% do Produto Interno Bruto brasileiro.
- Como não combater a corrupção? Como alguém pode afirmar não ser prioridade de um mandato parlamentar, especialmente na oposição? - indagou.
Alvaro Dias relatou ainda várias providências que estão sendo tomadas pelos partidos de oposição no Congresso Nacional, visando a criação de comissões parlamentares de inquérito para investigar denúncias de desvio de dinheiro público no Ministério dos Transportes, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

DA REDAÇÃO/AGÊNCIA SENADO

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Turbulência nos mercados faz Bovespa cair mais de 8%


Seguindo a tendência de forte queda dos mercados internacionais, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) caiu 8,08% nesta segunda-feira, fechando o dia abaixo dos 50 mil pontos. Esta foi a pior queda da Bovespa desde outubro de 2008, quando a crise do subprime estava no auge.
Durante o dia, o índice Ibovespa chegou a registrar baixa de 9%, deixando a bolsa perto de acionar o circuit break, mecânismo que interrompe automaticamente o pregão quando a queda chega a 10%.


Economia
Ao fim do dia, os negócios na Bovespa registraram 48,6 mil pontos.
Já o dólar subiu 1,96% e fechou o dia cotado a R$ 1,61, a primeira vez desde 24 de junho em que a moeda americana fechou acima de R$ 1,60.
Esta também foi a maior alta do dólar desde 6 de maio de 2010, quando a cotação subiu 2,95%.
A turbulência no mercado brasileiro faz parte do cenário de incertezas resultante do rebaixamento, na última sexta-feira, da nota da dívida dos Estados Unidos. A agência Standard & Poor’s rebaixou os títulos americanos de "AAA" para "AA+".
Além dos Estados Unidos, a Europa luta para deter o contágio da crise da dívida na zona do euro, depois que Grécia, Portugal e Irlanda receberam empréstimos da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional).
O medo foi sentido nos mercados de todo o mundo. Em Nova York, o índice Dow Jones fechou em baixa de 5,5%, enquanto o índice Nasdaq, que reúne ações de empresas de alta tecnologia, caiu 6,9%.
Em Londres, a bolsa fechou em queda de 3,39%. Em Frankfurt, a baixa foi de 5,02%. O índice Nikkei, do Japão, caiu 2,4%, enquanto a bolsa da Coreia do Sul teve queda de 5%, e Hong Kong, de 4%.
Contágio
O rebaixamento dos títulos americanos foi criticado por autoridades de todo o mundo. No Brasil, a presidente Dilma Rousseff considerou "precipitada" a avaliação da agência.
"Podemos deixar claro que não compartilhamos com a avaliação um tanto quanto rápida e, diria, não correta da agência que diminui o grau de valorização de crédito dos Estados Unidos", disse.
Dilma afirmou ainda que é preciso ter clareza de que o Brasil não está imune à crise financeira internacional, mas tem condições de enfrentar o desafio.
"Temos clareza de que não somos imunes, não vivemos numa ilha, mas o Brasil tem força suficiente para fazer frente a essa conjuntura", disse.
Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama tentou passar uma mensagem de confiança, dizendo que os problemas econômicos do país “têm solução iminente”.
Durante seu discurso, Obama minimizou a posição da agência Standard & Poor’s.
"Não precisamos de uma agência para nos dizer que temos de fazer. Os Estados Unidos sempre foram e sempre serão um país AAA", disse Obama, em referência à nota máxima de classificação.
G7 e G20
No fim de semana, o G7, grupo das sete maiores economias mundiais, anunciou que tomará todas as medidas necessárias para garantir estabilidade financeira diante da crise provocada pelas dívidas dos Estados Unidos e dos países da zona do euro.
Nesta segunda-feira, os países do G20, o bloco formado pelas principais economias mundiais e as mais importantes economias emergentes, se comprometeu a tomar ações para assegurar a estabilidade dos mercados e o crescimento econômico mundial.
Na Europa, o Banco Central europeu anunciou que irá comprar os títulos da dívida da Itália e da Espanha, na tentativa de deter o contágio da crise na zona do euro, que já levou a dois resgates da Grécia, um da Irlanda e um de Portugal.


BBC

Potencial de consumo da classe média é de R$ 1 trilhão, diz estudo Valor equivale a PIB de Argentina, Portugal, Uruguai e Paraguai juntos. Pesquisa sobre classe média ouviu 18 mil pessoas em 26 estados.


A classe média brasileira tem um potencial de consumo de R$ 1 trilhão por ano, valor equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) de Argentina, Portugal, Uruguai e Paraguai somados. O resultado é de uma pesquisa realizada pelo instituto Data Popular e que traçou um perfil da nova classe média do país.
O estudo ouviu 18 mil pessoas em 26 estados e está sendo apresentado nesta segunda-feira (8) durante um fórum que acontece em Brasília e é organizado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República.

De acordo com o responsável pela pesquisa, Renato Meirelles, o potencial de consumo engloba, além da renda, os benefícios, como 13º salário e férias, além do crédito a que as pessoas da classe C têm acesso.A classe média cresceu em todas as regiões do país. Meirelles aponta que a maior alta foi vista no Nordeste, de 50%, a maior evolução verificada no país desde 2004. O menor crescimento foi na região Sul, com 17% no período.

A pesquisa identificou que a classe C gasta a maior parte de sua renda (23,16%) com serviços. Alimentos e bebidas (18,49%) vem em segundo lugar. Na terceira posição estão os gastos com saúde e beleza (8,32%).

O estudo também apontou que a classe média lidera em número de universitários, de crianças em escolas particulares e pessoas com acesso à internet.

Segundo Meirelles, 68% dos jovens da classe média estudaram mais do que seus pais. E a diferença de renda entre os jovens da classe média e os da classe A é de apenas 2%, resultado das políticas de universalização de acesso ao estudo.Perfil
Cerca de 104 milhões de brasileiros, de uma população total de 193 milhões, compõem esta nova classe média. Destes, 51% são mulheres e, 48%, pretos e pardos. A renda domiciliar média deste grupo é de R$ 2.295.
O estudo verificou que 59,1% dessas pessoas possuem cartão de crédito e 52,7% têm conta em banco. Quando questionados se dispõem de computador em casa, 52,5% responderam que sim. E 57,6% disseram que acessam a internet.
A classe C tem 36 milhões de pessoas que participam de redes sociais – nas classes A e B, juntas, são 13 milhões. Cerca de 80% da classe média espera um futuro melhor. O otimismo é maior entre os moradores do nordeste (89%) e norte (88%). O menor percentual está no sul, com 75%.

Fábio AmatoDo G1, em Brasíli

domingo, 7 de agosto de 2011

Financiamento de imóveis está bombando




Os preços dos imóveis estão nas alturas. Mas o povo segue comprando. E financiando a compra, claro.
Hoje, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) divulgou que os recursos concedidos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para financiamento imobiliário chegaram a R$ 37 bilhões de janeiro a junho.
Uma alta de 55% sobre o mesmo período de 2010. Foi um recorde.
Nos seis primeiros meses do ano foram financiados 236,5 mil imóveis pelo SBPE.
Ainda de acordo com a Abecip, o valor dos imóveis financiados em junho somou R$ 7,78 bilhões. Isso representa um aumento de 48% em relação a um ano antes.
A expectativa da Abecip é que, em 2011, o volume de financiamentos concedidos com recursos da poupança chegue a R$ 85 bilhões. Se esta previsão se concretizar, será um crescimento de 51% em relação ao ano passado, quando foram concedidos R$ 56,2 bilhões.
Será que vai acontecer? Acho melhor perguntar a Herculano Quintanilha.

 Tatiana Nascimento 

sábado, 6 de agosto de 2011

Imprensa chinesa critica EUA após rebaixamento de nota da dívida Agência estatal afirma que China tem direito de exigir garantias. Texto de Xinhua sugere ainda nova moeda global.


A imprensa estatal da China criticou os Estados Unidos neste sábado (6), depois que agência de classificação de riscos Standard & Poor's (S&P) rebaixou a nota da dívida americana de "AAA" para "AA+", pela primeira vez na história.
Em um texto opinativo, a agência de notícias Xinhua afirmou que a China "tem todo o direito de exigir que os Estados Unidos lidem com o seu problema estrutural de dívida e garantam a segurança dos ativos da China". O país é o maior detentor mundial de papéis da dívida americana.
O texto da Xinhua também afirma que passou a época em que os Estados Unidos conseguiam tomar empréstimos para se livrar de problemas causados pelos próprios americanos, e sugeriu que uma nova moeda internacional pode surgir para substituir o dólar.
"Supervisão internacional sobre a questão dos dólares americanos deveria ser introduzida e uma nova moeda de reserva global, estável e segura, também pode ser uma opção para evitar uma catástrofe provocada por qualquer país individualmente."
A reação em outros países foi de cautela. Autoridades no Japão, Coreia do Sul e Austrália pediram calma aos investidores.
Avaliação errada
Nos Estados Unidos, um porta-voz do Departamento do Tesouro assegurou que "um julgamento errado por um erro de US$ 2 trilhões fala por si só". No entanto, ele não explicou qual teria sido o erro da S&P.
O diretor do comitê de classificações de risco de dívidas soberanas da S&P, John Chambers, disse que o governo americano poderia ter evitado o rebaixamento da dívida caso tivesse agido antes.
"A primeira coisa que poderia ter se feito é aumentar o teto da dívida de forma imediata, para que todo esse debate fosse evitado desde o começo", disse ele à rede de televisão CNN.
A S&P afirmou que ainda pode rebaixar a avaliação da dívida americana em mais um ponto, para AA, nos próximos dois anos, caso as medidas de redução dos gastos públicos se provem insuficientes.

Do G1, com informações da BBC

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Representantes do agronegócio pedem revisão de regras do Mercosul



O Brasil domina os negócios de produtos manufaturados entre países do Mercosul, mas tem seu mercado invadido por produtos agrícolas dos parceiros do bloco, colocando em risco a produção brasileira. Para reverter esse quadro, a revisão das regras comerciais do bloco foi defendida por representantes das cadeiras produtivas de carne, leite, trigo e vinho, em debate nesta quinta-feira (4) na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA).
Para os participantes do debate, as normas devem ser diferenciadas por setores ou mesmo por produtos, tendo em conta as especificidades das cadeias produtivas. Se o Mercosul, de forma global, tem sido benéfico para o Brasil, alguns setores, como o agrícola, estão "pagando a conta", afirmou o representante dos produtores de trigo, Carlos Poletto, presidente da Cooperativa Agropecuária & Industrial (Cotrijui).
- Um setor não pode ser penalizado em favor de outro, sob pena de colocar em risco toda a produção nacional - observou.
No mesmo sentido, Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), avaliou que o "surto de importações" de produtos agrícolas garante emprego e renda para produtores rurais dos países parceiros, em detrimento dos produtores brasileiros.
Cautela
No debate, o representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Daniel Godinho, observou que um processo de revisão no Mercosul deve ser olhado "com cautela", por não ser uma ação unilateral e sim um processo de negociação entre todos os países do bloco.
Ele informou que o governo está alerta à grande assimetria das economias dos países que formam o bloco, aspecto que preocupa a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) e motivou a apresentação de requerimento para realização do debate.
Conforme informou Godinho, o país apresenta, desde 2003, superávit nas relações comerciais com todos os parceiros do bloco, havendo tendência de crescimento das exportações brasileiras e de recuo das importações. Ele ressaltou, no entanto, que as exportações brasileiras dentro do Mercosul estão concentradas nos produtos manufaturados (91%), sendo que, pelo lado das importações, têm grande relevância os produtos agrícolas dos demais sócios.
O mercado brasileiro é o principal destino das exportações de carnes, leite e trigo produzidos na Argentina, no Uruguai e no Paraguai, o que confirma a importância das aquisições do Brasil para dinamizar o setor agrícola dos parceiros de bloco.
Competitividade
Na discussão do assunto, parte importante dos problemas do agronegócio brasileiro foi atribuída ao fato de o custo de produção no Brasil ser mais elevado que nos outros membros do bloco, por conta da alta carga tributária. Para que a produção nacional possa voltar a competir com os alimentos importados, os debatedores cobraram a desoneração da produção.
A disputa pelo mercado nacional ganha importância frente à crise financeira que afeta diversos países, reduzindo seriamente as exportações brasileiras, na opinião de Antônio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Para ele, o momento é de "olhar para dentro" e resgatar a competitividade do agronegócio.
Ao falar sobre a realidade da vinicultura brasileira, Carlos Raimundo Paviani, diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), concordou que o volume de impostos cobrados no país é um grande obstáculo à busca de novos mercados para os produtos brasileiros.
Câmbio
Outro problema apontado durante o debate foi a valorização do real frente ao dólar, dinamizando as importações e desestimulando a produção nacional. Os palestrantes citaram impactos da taxa de câmbio sobre a agroindústria e, em consequência, sobre a produção primária. Como exemplo, Carlos Poletto informou que o aumento de importações de farinha de trigo tem inviabilizado as indústrias instaladas no sul do país e reduzido o mercado para os produtores de trigo.
Iara Guimarães Altafin / Agência Senado

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Movimento quer criar cadastro nacional de políticos fichas-sujas Entidade sugere ao CNJ edição de ato que regule instalação de sistema de comunicação entre os órgãos do Judiciário




O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) quer a criação de um cadastro nacional de fichas-sujas - políticos condenados em segundo grau por improbidade, corrupção, crimes contra a fé pública e a administração, entre outros desvios. Em ofício ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a entidade que fiscaliza o processo eleitoral em todo o País quer facilitar e agilizar o acesso à relação de candidatos com folha corrida.
O documento, subscrito por Marlon Lelis de Oliveira, coordenador estadual em São Paulo do MCCE, sugere ato normativo regulando a instalação de um sistema de comunicação entre os diversos órgãos do Judiciário para dar efetividade à aplicação da lei complementar 135, promulgada em 2010, apontando como causa de inelegibilidade a condenação passada em julgado ou oriunda de um órgão judicial colegiado.
Tradicionalmente, as instâncias forenses trabalham de forma isolada, mesmo as localizadas em um mesmo Estado. Esse modelo dificulta o controle de dados referentes a administradores públicos que já sofreram sanções de colegiados judiciais ou que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade.
Até os procuradores eleitorais, que detêm competência para impugnar candidaturas ou requerer cassação, encontram barreiras no rastreamento.
Comunicação. O cadastro, abastecido de nomes, enquadramentos legais e outras informações sobre os políticos, poderá encurtar o caminho. "A efetividade das disposições em apreço, como se pode facilmente evidenciar, depende da institucionalização de mecanismos formais de comunicação entre as instâncias da Justiça (comum e especial) e da Justiça Eleitoral, permitindo a criação de um repositório de informações que possam basear as medidas judiciais necessárias à implementação da lei", argumenta Marlon Lelis.
Ele enfatizou a urgência da medida, uma vez que, se acolhido o pedido, "o sistema deve estar 
operante já para as eleições municipais que se avizinham".

Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo