A quatro dias do fim do prazo a partir do qual o país ficará sem dinheiro para honrar dívidas, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a cobrar nesta sexta-feira (29) que republicanos e democratas cheguem a um acordo para resolver o impasse em torno da crise da dívida norte-americana. Em pronunciamento que durou menos de dez minutos, Obama pediu que a população mantenha a "pressão sobre Washington" e disse que qualquer solução para o tema precisa ser conseguida pelos dois partidos.
"O que está claro agora é que qualquer solução para evitar um default (calote) precisa ser bipartidária", disse o presidente em discurso proferido na Casa Branca, um dia depois os líderes republicanos na Câmara adiarem mais uma vez a votação de seu plano, quando ficou claro que eles não tinham votos suficientes para aprová-lo.
O governo dos Estados Unidos está correndo contra o tempo para não colocar em risco sua credibilidade de bom pagador.A elevação do teto da dívida permitiria ao país pegar novos empréstimos e cumprir com pagamentos obrigatórios.
Em pronunciamento nesta sexta, o presidente norte-americano declarou que "há muitas maneiras de sairmos dessa confusão, mas nós estamos quase sem tempo", afirmou o presidente.
"Não é uma situação na qual as duas partes estejam a quilômetros de distância", afirmou Obama, que pediu que os norte-americanos continuem a "fazer sua voz ser ouvida", por telefone, e-mails e Twitter, para que "mantenham a pressão sobre Washington".
Por trás da discussão em torno dos números da dívida, há uma disputa política entre parlamentares do governo e da oposição.
A oposição republicana, adversária política de Obama, exige que o aumento do limite seja vinculado a cortes maiores no orçamento americano dos que os desejados pelo governo democrata, com medidas como corte de benefícios sociais, que poderiam afetar a vida do cidadão americano
Durante o discurso, Obama sinalizou que aceitaria um plano de duas partes para elevar o teto da dívida, atualmente em US$ 14,3 trilhões, em que a segunda parte incluiria uma reforma tributária tributária e mudanças nos programas de benefício social.
Obama destacou, no entanto, que a primeira parte do plano deveria ser longa o suficiente para durar em 2012. Do contrário, "o país teria que reviver esta crise em alguns poucos meses", alertou.
Perda de credibilidadeO presidente ainda alertou que, caso os dois partidos não cheguem a uma solução comum, os EUA poderão perder sua credibilidade no mercado por questões meramente políticas.
"Se não fizemos isso poderemos perder a credibilidade AAA do nosso país, não porque não temos condição de pagar nossas dívidas, mas porque não temos um sistema político AAA", disse Obama, referindo-se à nota dos títulos norte-americanos no mercado, que atualmente são considerados os mais seguros do mundo.
Este mês, em meio às discussões sobre a elevação do teto da dívida, a agência de classificação de risco Standard & Poor's afirmou que existe uma entre duas possibilidades de que poderá rebaixar a nota 'AAA' de crédito dos Estados Unidos se o país não chegar logo a um acordo para elevar o teto da dívida do governo.
Para o presidente, tal situação seria "imperdoável". "Há muitas crises no mundo que não podemos prever ou evitar, como furacões, terremotos. Essa não é uma delas", disse.
Do G1, com informações de agências internacionais
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