As reservas confirmadas de petróleo cru da Venezuela ultrapassaram em 2010 as da Arábia Saudita, segundo boletim anual divulgado nesta segunda-feira pela Organização do Países Exportadores de Petróleo (Opep). Até 2009, a Arábia Saudita aparecia com o maior volume de reservas.
De acordo com a Opep, as reservas confirmadas da Venezuela chegaram a 296,5 bilhões de barris em 2010, o que representa um crescimento de 40,4% em relação ao ano anterior. A Arábia Saudita registrou reservas de 264,5 bilhões de barris, mantendo o mesmo nível de 2009.
O Irã aparece no boletim como o detentor da terceira maior reserva (151,1 bilhões), alta de 10,3% em relação a 2009. As reservas do Iraque registraram alta de 24,4%, alcançado 143,1 bilhões de barris.
Reservas do Brasil atingem 12,85 bilhões
Segundo os dados da Opep, as reservas do Brasil chegaram em 2010 a 12,85 bilhões de barris, alta de 0,4% frente em relação ao ano anterior. Nas Américas, as reservas brasileiras só são menores que as da Venezuela e dos Estados Unidos (19,1 bilhões). O México aparece em 4º lugar, com 11,6 bilhões de barris.Analistas têm dúvidas se todas as descobertas de petróleo da Venezuela são economicamente viáveis, já que a maior parte é de petróleo pesado e extrapesado da Bacia do Orinoco, cuja extração é considerada mais difícil e mais cara. As estatísticas venezuelanas, que anteriormente eram controvertidas, agora são consideradas mais confiáveis, depois de a Agência Internacional de Energias (AIE, da ONU) revisar seus critérios de cálculo, no mês passado.
Segundo a Opep, as reservas de petróleo bruto de todos os países membros totalizavam 1,193 trilhão de barris no fim de 2010, com um crescimento de 12,1% em relação ao ano anterior.
Anúncio foi feito pelo ministro de Energia e Petróleo Rafael Ramirez
O governo da Venezuela afirmou nesta quarta-feira ter ampliado suas reservas petrolíferas para 297 bilhões de barris, quantia que, se comprovada, pode transformar o país na maior reserva de petróleo do mundo, superando a Arábia Saudita.
'No final de 2010, tínhamos um nível de reservas de 217 bilhões de barris e estamos, agora, no início do ano, em posição de certificar 297 bilhões de barris', afirmou a jornalistas o ministro de Energia e Petróleo Rafael Ramirez.
Essa quantia é baseada em informações da estatal venezuelana PDVSA e das empresas transnacionais que operam no país.
No entanto, os números ainda necessitam da certificação da OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo).
Topo do ranking
Se a reserva for certificada, a Venezuela assume o primeiro lugar no ranking de países com as maiores reservas do óleo no mundo, deixando atrás países como a Arábia Saudita, que possui 266 bilhões de barris, de acordo com a OPEP.
Do total de 297 bilhões de barris, 220 bilhões estão na faixa petrolífera do Orinoco, cuja reserva estimada pode superar os 319 bilhões de barris e é considerada a maior jazida petrolífera do mundo.
'A Venezuela continua ampliando sua base de recursos, diferente de muitos países que já esgotaram seus recursos', afirmou Ramirez.
De acordo com o governo, quando o presidente venezuelano Hugo Chávez assumiu o poder, em 1999, a reserva petrolífera do país era de 75 bilhões de barris.
Desde então, o governo foi tomando paulatinamente o controle da estatal PDVSA e em 2007 foi firmado o decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos, que determina a exploração do petróleo em regime de empresas mistas com capital internacional.
Neste tipo de associação, o Estado venezuelano é o principal acionista e quem determina o local de execução dos projetos de exploração.
'Com essas reservas e a esse ritmo de exploração, a Venezuela tem petróleo para mais 200 anos', afirmou Chávez na semana passada.
'Preço justo'
Com uma economia baseada fundamentalmente na exploração do óleo, a queda dos preços do barril registradas durante a crise financeira afetou os ingressos do país, o único dos países membros da OPEP que não registrou crescimento econômico em 2010.
Para Ramirez, o 'preço justo' do barril é de US$ 100. 'Pensamos que o preço deva chegar aí (a US$100) e não será preciso nenhuma reunião extraordinária da OPEP para tratar deste assunto', afirmou.
O preço do petróleo nesta quarta-feira teve uma pequena queda e o barril foi cotado em US$90,86
Ramirez disse ainda que a Venezuela não pretende incrementar sua produção petrolífera nesta ano. 'Nossa cota é de 3,11 milhões (de barris por dia), não vamos passar disso neste ano'; disse.
Cifras da OPEP, no entanto, indicam que o país extrai diariamente 2,3 milhões de barris diários, quinto maior exportador de petróleo do mundo,(BBC).
Do G1, com agências internacionais. bbc
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